De Quem Muito Se Perdoa
Com a vida desgraçada
Na miséria do pecado
Vinha um pobre ser humano;
‘Stava sujo e maltrapilho,
Cabisbaixo e envergonhado,
Sem destino, qual insano.
Igual um barco à deriva,
Açoitado pelas ondas
Num terrível temporal,
Não tinha mais esperança
De achar o porto seguro
Onde ancorar-se do mal.
Errava sempre o caminho,
Pois o mesmo oculto estava
No manto negro da treva.
Quem lhe terá compaixão?...
Quem poderá socorrer
Esse pobre filho de Eva?
Foi assim que Deus me achou,
Nas algemas do diabo,
Na mais triste condição.
Olhou pra mim com ternura,
Compadecido, ergueu os braços
E deu-me firme Sua mão.
Com Seu sangue me lavou,
Vestiu-me com Sua graça,
De um trapo fez nova vida.
Já não sou mais “Zé Ninguém”;
Tenho agora um novo nome,
E ando de cabeça erguida!
Que farei por Meu Senhor
Pela grande salvação
Que operou por mim na cruz?
Vou buscar outros perdidos
Que estão no vale da morte;
Vou levá-los a Jesus!
Eis-me aqui, Senhor! Envia
Este servo ao Teu serviço!...
Neste mister me abençoa!
Porque servir é o dever,
Como eterna gratidão,
De quem muito se perdoa.