Tulipa

Flor minha e amada minha,

De mim desviaste o olhar.

Olhaste a erva daninha,

A ela deste teu amar.

Em espinhos te deitaste.

Violando o puro seio,

O teu cerne esvaziaste.

Porém minha te nomeei.

A ti dei minha aliança,

Em teu anelar a selei

Dando-te minha esperança

Ainda que teu coração

Consiga subir a pena,

Removerei o teu grilhão.

Noiva minha, pomba eleita,

Dentre muitas, escolhida.

Pelo Autor, feita perfeita.

Da morte, fostes obtida.

Pois com o vinho abrasado,

Tirei tua iniquidade.

Expiei teu vil pecado.

Dos espinhos te resgatei,

Neles, o meu sangue verti,

Minha ovelha te declarei.

Pela rocha, te conduzi.

Pois a ovelha segue a voz

Do seu Senhor que a conduz

Para longe do lobo algoz.

Ainda que tuas pernas

Vacilem pelo caminhar,

Cubro-te nas minhas asas,

Sem jamais te desamparar.

Por minha força, vencerás!

Juntos, perseveraremos.

No celeste, enfim, pousarás.

Verbo em Versos
Enviado por Verbo em Versos em 01/07/2021
Reeditado em 19/11/2023
Código do texto: T7290827
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