Domingo

Sempre foi domingo no seu braço

Sempre um sol a pino na pupila

No arco do seu olho sua íris

Represa-nos as lágrimas vibrantes

Acolhe as tempestades no regaço,

— Mas todo trovoar é tão instante,

Fugaz, meu relampejo não se imprime—

Peneira o que há na nuvem de sublime,

Mas o que fica e foi, equidistantes,

Do Azul que ao céu sustenta em seu mistério,

Imóvel sobre os nossos dias baços.

Nem sempre o que ofende é deletério;

A nuvem só deforma os próprios traços.

Há climas, estações, e os hemisférios...

Mas sempre faz Domingo no seu Braço

David Ariru
Enviado por David Ariru em 23/06/2021
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