Um apelo a Santa Rita
 
Ah! Vida minha, eu de fato te amei!
E fiz de tudo para você ficar sabendo.
Esse amor que em meu peito está doendo
É o calvário para a cruz que carreguei.
 
Eu não sou Rita, mas minha chaga está aberta
Não tão exposta como esta Santa exibiu
A ferida do meu cravo é mais discreta
Pois foi no peito que o seu golpe desferiu.
 
Eu já não posso recolher-me num convento,
Nem esta ferida a um milagre associar...
Pois com àquela que implorou o sofrimento,
A minha fé também não posso comparar.
 
Oh! Vida minha, com certeza não lhe culpo
Dos meus pecados nem dá sorte recebida.
Dos meus erros nem eu mesma me desculpo.
Sigo sabendo que minha pena é merecida...
 
Só peço a Deus, através de Santa Rita
Que ouça meus rogos e pedidos pelo mundo
Tire o povo desse abismo tão profundo
Com sua fé, e sua oração que é tão bendita.
 
Do meu tormento cuido eu não se preocupe
A minha dor não é motivo para piedade.
Esta ferida só ameaça a minha serenidade.
Ó Grande Mãe! Da cura do povo se ocupe.
 
Se sobrar tempo cauterize em mim o corte,
Pois, ele sangra e incomoda o meu eu lírico.
Só quero voltar ao meu estado mais onírico
E contra o jugo da tristeza ser mais forte.
 
 
Adriribeiro/@adri.poesias
 
 
 
 
 

 
Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 22/05/2021
Código do texto: T7261971
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