Desabafo de um poeta, ante a vaidade do mundo.

Vaidade de vaidade disse o sábio poeta.

Quando viu que o mundo rejeitava a sabedoria.

Pois preferiam o falaz saber do falso profeta.

E o seu ser sofria, pois a vaidade é sem valia.

E ainda hoje a vaidade impera no mundo temporão.

Pois muitos em vaidade professam a humildade.

Falam em amor, mas são duros egoístas de coração.

Amam porque querem o céu ou um lugar na eternidade.

Outros dizem que louvam a Deus, e que amam servir.

Mas na realidade cuidam do bolso e da própria economia.

Pois o tilintar do metal é a sua meta, é o que o faz sorrir.

Mas Deus olha aquele que serve, e não quem se beneficia.

Outros se ajoelham em orações egoístas, pra deleitação.

E ainda na falsidade das profecias pedem fidelidade.

Mas não são fiéis ao próximo, e nem ao Senhor da criação.

Acumulam tesouros na terra, explorando a religiosidade.

O triste é que esquecem que a vida é um hálito vapor.

E os que se alimentam da vaidade, e não da sabedoria.

Sumirá como some a fumaça sem memória e sem valor.

E na vida que tem a medida exata, o vaidoso é sem valia.

E se o poeta de hoje na pena que escreve algo aprendeu.

É que mais vale a dor de proclamar ao amor e a sabedoria.

Do que se esvair na vaidade do hálito morto, que se vendeu.

Pois o servir e o amor é, em suma toda lei e toda a profecia.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 27/04/2021
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