ABRIGO

Tanta gente ao derredor

presas à mostra impingindo o terror

ameaçando romper carnes e pensamentos

num sonho estranho...

Decai a fronte inocente,

que cerra o olhar numa fuga inútil,

quisera vencesse a noite

e os raios de um sol totalmente poderoso

espante as trevas medonhas,

seus pensamentos vacilantes,

seu pulsar de morte...

A lua esgueira-se por entre nuvens

cingida de medo, coberta de vergonha

tenta fugir sem chamar a atenção

dos incautos que correm

em busca de abrigo...

Pois é de lá que sobe

uma coluna de doce fragrância

criado pelo atrito de joelhos

dobrados em prontidão,

e lábios sinceros

e corações valentes e ansiosos

incansáveis em missão

de rogar pelos perdidos!

19/10/2020