Calaram sua voz

Calaram sua voz

Cântico dos Cânticos

Cap. 5, 3-8

Está consumado,

Retiremo-nos.

Esvaziaram-se toda esperança,

Dissiparam-se todas as promessas,

Tudo em vão.

Sob o sangue na cruz,

Vertem-se também os nossos anseios,

Voltemos ao poço que não jorra mais água,

E ao pomar que não dá frutos,

Joguemos as redes para nada pegar.

Apagou-se a luz das nações,

Apagaram-se nossos olhos,

E atrofiaram- se nossas mãos,

À sombra da cruz deixemos nossas sandálias.

Ele já não responde,

Calaram a sua voz.

Desejamos a sua presença, mas o túmulo a absorveu.

Desejamos ouvir novamente suas palavras,

Mas o mundo o calou.

Feriram-nos ao retirar de nós aquEle a quem amamos.

Jerusalém chora a sua ausência,

Que as fendas da Terra se abram,

E traga de volta a nossa esperança.

Sérgio Ricardo de Carvalho
Enviado por Sérgio Ricardo de Carvalho em 15/06/2020
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