Que mundo é esse?
Hoje, depois de ontem, antes do amanhã,
O tempo é o mesmo desde o princípio da criação.
A mulher tecendo nova vida na própria carne
E o pássaro metálico quebrando
O elo entre os fios tecidos.
Abel já não é!
No hálito frio no inicio do que não era pra vir,
O homem descobre que não está só.
Deus para todos - presente em alguns.
Com o sangue do Cordeiro espargido
Nos umbrais da vida - o devorador passa.
Das cordas da harpa, Davi, tira paz para uma vida flagelada, Sul suspira aliviado.
Com as buzinas em Jericó, muralhas vão a baixo,
E na sétima tormenta,
Meu Deus! Alegria - choro.
Quantas vezes ainda terei que atravesar o Mar Vermelho
E do outro lado enfrentar o deserto - não da terra -
da minha vida.
Nesta cova de leãos e fornalhas de fogo, o meu grito
de socorro, de volta, enche a minha boca.
Planos de saúde, seguro de vida,
Clonagem, célula tronco, rejuvenescimento,
Uma busca inevitável de perfeição para a vida,
Pelo o eterno da vida
E tudo realizado em apenas três dias.
A terra treme entrelaçada no lamento que sobe de si,
Cheiro de sangue - carneficina!
Na arena, Cains a serem enfrentados,
Pobres Abeis!
Para um pouco de paz, três medidas de guerra,
Que mundo é esse?