JORGE
Eu tenho em minhas mãos as armas de São Jorge!
Com sete cabeças o monstro me espreita
Pronto! Com lança, escudo e fé
pressinto o seu brilho.
Jorge, desta vez, descansa
Em mim confia.
Em seu cavalo,
parto em disparada `
Pela estrada de luz
Lua cheia.
Paro!
Coração aos pulos
Vejo a sombra do bicho:
(Banquete em cama e mesa)
Olhos cortantes, reflexos da ira,
afugentam a cobiça que saliva.
Ao seu lado, o fascínio é exercido
por quem experimenta a beleza
e com orgulho se delicia.
A cena dantesca drena minhas forças...
Meu desânimo vai tragando a luz,
que aos poucos se esconde nos porões do meu ser.
Enquanto isso, Jorge olha pra mim e sorri,
restituindo em amor a minha humanidade.
Fecho os olhos,
mas, antes, compreendo por que
só enxergava sombras.
Com os primeiros raios de sol,
o Santo Guerreiro forja para mim
escudo e espada
e ordena que eu volte pra casa.
A luta não acaba nunca...
Renasci em amor!