Indiferença
Paz, linda e colorida borboleta, voava ao lado de seu alegre amigo passarinho, Universo.
Não tinham destino certo. Apenas sentiam o agradável calor do sol e saboreavam o doce aroma do vento.
Eram amigos há muito tempo. Não sabiam precisar o quanto.
Para eles, isso nada significava.
Pulsava em suas veias o vermelho sincero da amizade.
Por apreciarem tudo o que habitava no Planeta tinham especial predileção pelos humanos.
Só os que traziam no olhar e no coração o resplandecente frescor da lealdade.
Acompanhavam de longe, do céu azul, o que estava a ocorrer com os moradores da Terra.
Suas mentes oscilavam entre preocupação e perplexidade diante de tanta insensatez.
Conheciam - sabiam ouvir bem distante o que era dito e comentado – detalhes das atitudes de alguns habitantes terrenos.
Não entendiam o porquê de muitos serem tão egoístas e insensatos. Em suas vidas não havia lugar para tais sentimentos. Eles os substituíam pelo amor.
Assim o fizeram. Não poderiam ser indiferentes.
Paz e Universo, com o respeito inerente em suas existências, escreveram nas nuvens a cristandade contida nestas palavras do Papa Francisco: “...o pior vírus é a indiferença...”.
Alexandre Sansone
19 de abril de 2020