PEDRO, O PESCADOR

PEDRO, O PESCADOR

Apresento o indouto, homem simples, pescador,

Que antes um pecador, morador da Galileia,

Dispunha na sua ideia, o que sabia de cor,

Pescar e viver do suor, o morador da Judeia.

Pedro de nome Simeão, e, Tiago de Zebedeu,

A sua rede teceu, iria mesmo arriscar,

Nem valeria tentar, porque tudo feneceu,

A natureza morreu, faltava o fruto no mar.

Pedro andando a pé, ele e João seu companheiro,

Pretendia, o dia inteiro, pescar ao lado de André,

O seu irmão que até, da rede era o remendeiro,

Também era o timoneiro, nas ondas contra a maré.

O mar já não produzia, o peixe era mesmo escasso,

Pedro achava um fracasso, passar tanto sacrifício,

Porém era o seu ofício, devia o primeiro passo,

Ao superar o cansaço, talvez algum benefício.

Os homens sobem ao mar, a turma era de garra,

A rede se concertara, retirando os seus defeitos,

Vários esforços são feitos, mas de nada adiantara,

A tentativa falhara, mal dormem, insatisfeitos.

Vinha um sujeito na praia, junto ao caminho do mar,

Devagar a caminhar, observando essa empreita,

Vendo a esperança desfeita, ali decidiu parar,

Logo começa a gritar: lançai a rede à direita!

Um deles disse, senhor: eu sou também um dos cujos,

Apanha uns peixinhos sujos, e tem um gosto de barro,

Alguns e outros agarro, p’rá alimentar os marujos

Enquanto comem lambujo, eu volto o barco e amarro.

Aquele senhor vibrou: virai pro o outro costado,

Mudai a rede de lado, que ela se encherá,

Pedro meio duvidoso; já um tanto encabulado,

Pensou no homem coitado; quero ver o que dirá!

Todos armaram a rede, mais uma vez capricharam,

O tempo que esperaram, foi bem menor desta vez;

Porque pesada, talvez; os marinheiros puxaram,

Enquanto outros contaram: os cento e cinquenta e três.

Fizeram uma refeição, fartos pedaços consomem,

João, André e Tiago comem: mas Pedro fita o Senhor,

Que disse, com tanto amor: A noite e as trevas somem

No mar da vida tem homem, e, tu serás pescador.

Pedro largou o seu barco, deixou os trastes que tinha,

Notando ao lado que vinha, também o querido André,

Quem deu um passo de fé; sem saber como viver,

Até saber que esse Ser, é o Jesus de Nazaré!

Pedro foi tudo pro Mestre; chegou ao apostolado,

Durante o discipulado, descobre, aprende e erra,

Depois de velho, encerra; morrendo crucificado,

Mas o Evangelho pregado, até aos confins da Terra!

PF - 2005.

Autor: Paulo Dosil

Paulo Dosil
Enviado por AmetistaNeon em 03/11/2019
Código do texto: T6786578
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