É tarde

É tarde...

O dia já declina

Vem a noite,

Na Estrada tão deserta

O sol,

beija a face das montanhas

Muito além,

Das colinas que ladeiam

A Formosa, a desejada,

Jerusalém.

É tarde...

A noite se aproxima,

Dois homens e uma só tristeza,

Na quase noite

A dor também caminha.

Na estrada apenas a certeza

Que a barbárie

Então acontecida

Sobre a tosca Cruz

O homem,

Por demais conhecido e venerado,

Ei-lo pendido, inerte

Está o corpo,

Sem movimento,

Nenhum alento

O morto,

Ao túmulo dos ricos

É posto!

-Porque tão tristes

Pelo caminho vais

Pergunta alguém

Que, de repente

Deles se aproxima;

- E esta dor

Tão posta, tão tamanha,

Que desespero ou incerteza

Assanha?

-És por acaso oh ilustre

Viajor?

- Responde eles

À personagem estranha,

- Do ser vivente o único

A não saber

Que há três dias

Se foi, morreu,

Sobre a pesada Cruz

A esperança,

Daquele que pregava o amor?

E o viajante explica

As escrituras:

A lei, os salmos, os profetas

Que em todo tempo

Tiveram como meta

Os sofrimentos, inglória

Morte!

Do Cristo vivo

Filho do Deus Pai.

- Fica conosco Salvador bendito

Que ao partir do pão

Na estalagem,

Se revelara a todos na oração

Aquele, que há três dias

Fora morto

E para sempre

Eis enfim,

Ressuscitado o corpo!

Olympio Ramos

Olympio Ramos
Enviado por Olympio Ramos em 29/07/2019
Reeditado em 29/07/2019
Código do texto: T6707152
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.