PAI NOSSO

PAI NOSSO

Pai nosso que estais nos céus,

O véu rasgou-se e agora posso

Enfim orar, Pai nosso!

Um Pai eu tenho em oculto,

Sua forma, seu corpo, não contemplo,

Nem sombra vejo, por exemplo!

Mas creio, estais presente em Abstrato

Nos anseios e aflições das criaturas...

Pois que tudo está perfeito, exato

Invisível no universo das figuras!

Céus! A que distância do infinito habitas?

Onde moras, ou porque tudo foi feito?

onde estais? Vem, Senhor e me visita!

Purificando o mal deste sujeito.

Perfeito, exato, tudo flutua,

Tudo preso na monumental visão!

Então alma despida e totalmente nua,

Nada conhece, e busca solução.

O teu Reino ou a tua intervenção,

As Tuas regras, a conduta, o caminho,

O juízo, a pureza a perfeição!

Uns salvação, outros somente espinhos...

Que estais nos céus, disto eu não duvido,

E que existes, tenho a total certeza!

Só em mim não entra o estulto descabido,

Que o mal tenha parte da Beleza.

Um ENVIADO ensinou-nos suplicar,

Quero estar, neste pleito inserido,

E em meu gemido, aprendi a Ti clamar,

Perseverando por anos em meu pedido!

O que fizemos, pra que viemos, qual Teu propósito,

Neste depósito de almas afligidas....

Em injustiças ou sentenças descabidas,

Pra estar contida neste arsenal compósito?

Tenho por obrigação crer, no Santo Cristo?

E aceitar o impositivo decretado?

Há um temor nesses viventes, vendo isto,

As incertezas do desleixante resultado...

Deste Juizo Final apregoado

Que amedronta a anos tantas pessoas...

Não tenho medo de ser crucificado,

Por mais que a morte, quase sempre me atordoa!

Em meio ao mito, rodeados dessas coisas

Vendo perfeito, as formas, o equilíbrio

O Teu olhar atentamente repousas

Determinando a liberdade do arbítrio?

Eu estou certo, tenho que fazer o bem.

Mas todos estes que não sabem ou não tem feito,

Que se encheram de delitos e defeitos,

E o que falta para a perfeição do Além?

Mas tu sabias deste mal que foi criado

De nossa morte, dessa má sorte, ou tentação

Dos homicídios, genocídios e estupros

De toda sorte de pecados e aflição;

Todos desejos das pessoas e dos bichos

De nossos lixos, dos caprichos, da emoção

O que está por traz, Senhor, de tudo isto

Que veio Cristo pra nos dar a Redenção?

Ó Santo Pai, que nunca vejo, mas me entrego,

Que com certeza, me apego, não desisto,

Ó Santo Cristo, Te fustigo, não sossego,

Até que a morte me transporte ao teu Aprisco.

(Autor: José Aparecido Ignacio). 18/06/2019.

José Aparecido Ignacio
Enviado por José Aparecido Ignacio em 18/06/2019
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