O Som do Silêncio

O flagelo que me tira o sono nas noites.

Que quando a luz se esvai, grita notas de silêncio em minha mente.

E os dias ressoam um badalar lúgubre.

A alegria é somente lembrança de um passado distante.

De momentos bons, regados de sorrisos e prazer.

Uma velha amiga ausente.

Mas hoje novamente pude perceber quem estava aqui.

Calmo e sereno.

Vi o quarto se encher do som de uma melodia.

Que a tempos não ouvia.

Daquelas que aquieta a alma e enche o espírito.

Este vem e vai, impetuoso como a mais exemplar sinfonia.

Num tom alto ressoa.

Ao longe o percebo chegando.

E sei o que está por vir.

Como o pai que acompanha seu filho.

Ou o sino no badalar a meia noite.

Não é novo.

Remete ao princípio de tudo.

A quando uma voz se ouvia ao fim das tardes.

Sereno.

Sussurra com força notas indizíveis.

Mas que estão lá.

Tranquilizam.

E levado pelo som deste silêncio.

Me vejo de joelhos tentando entender.

Mesmo em noites de extrema angústia.

O ouço como quem dá atenção a sabedoria de um velho amigo.

E estas palavras são as que me convidam a seguir sempre adiante.

A não deixar que a frustração vença a sensatez.

Mesmo diante de extenuantes dias.

Nestas inquietantes noites.