A maçã poética do Paraíso
Outrora, chorava Adão versos solitários no paraíso.
Filho, dai-me uma das tuas preciosas costelas.
Farei dos teus tristes versos uma coisa mais bela.
Bondosa, a providência divina, assim dera-lhe um nome.
Escritas por linhas retas que se tornaram curvas, mulher.
Nascia a flor poesia no Jardim do Éden pra vestir o homem.
Dei-te um garfo, agora receberás de mim uma colher.
Que não chores mais versos tristes na tua casa-paraíso.
E quando voltares a tocar tua lira, não o faça como a um Narciso.
Adão, o lirista solitário, novamente renasceu...
Presente de Deus, se apaixonara por Eva.
O pecado nascera na carne das letras da poesia.
Quentes versos pelo corpo de Eva o amor escreveu...
Sorrindo a lua disse, sou a nova dona do dia.
Autor: Francisco de Assis Dorneles