Prece




Estás vendo o que passo,
Em Teus passos estou,
Os meus , mancos,
Estão falhando, falando quem sou...
Pedaço humano,
Poeira, fumaça que logo passará,
Quantas montanhas já subi depois de tantos vales perdidos?
Quanto alarido em minha mente...
Quero um colo para aninhar-me,
Adormecer,
Pode ser o Teu Senhor,
Quero o silêncio e as dores gritam,
Tentam fazer com que eu não escute a Esperança que sempre me alcança,
Parecem flechas de fogo,
Queimam, impacientam,
Mesmo assim luto,
Bravamente,
Olho para todos os lados, só vejo o Senhor,
Não consigo entender Teu consentimento,
Mas,
Quem sou eu, para tentar entender o Senhor, meu DEUS?
Basta-me Tua Graça,
Que é tudo que preciso,
E giro,
Feito louca, desesperada atrás do meu DEUS,
Querendo Tua resposta rápida,
Quando tudo aparece em câmera lenta,
Mesmo assim, no final, vem Tua mansidão,
Cansado, meu corpo se entrega,
Já não há pressa, nem espera,
Há um olhar para o Céu,
Há interrogações,
Silêncio,
Tudo emudece,
Quando,
Não balbucio nem mais uma palavra, uma prece,
Meu corpo estático, é a prece que Tu queres,
Tua quietude em minha inquietação,
Tua Paz em meu alvoroço,
Teu carinho em meu desgosto,
E já não sei se sou um ser vivo ou morto,
Em Ti,
Porque para estar contigo, sempre tenho que morrer.
 
Teônia Soares
Enviado por Teônia Soares em 03/12/2018
Reeditado em 02/12/2020
Código do texto: T6517794
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