Agradar a Deus ou aos Homens? (At 5, 12-29)
E aumentava mais e mais
O número dos que acreditavam
E aceitavam o Senhor,
Tornavam-se discípulos do amor
E sua vida enfim mudavam.
Pelas mãos dos apóstolos,
Muitos milagres se realizavam
E doentes em macas traziam,
A cura aos discípulos pediam
E os que criam se curavam.
Muitos ficavam pelo chão
Aguardando um toque de Deus,
Mas quando Pedro passava
Sua sombra os tocava
E às doenças davam adeus.
De Jerusalém e toda parte
Vinham pessoas atormentadas
Por espíritos tenebrosos,
Demônios impiedosos,
Mas todas eram curadas.
Então os sumo sacerdotes,
Bem como os saduceus
Que formavam partido ou seita
E essa gente não aceita
O que viola os interesses seus.
Vendo o bem que era feito,
Encheram-se de inveja
Dos homens pregadores
Que de Cristo eram seguidores
E curavam por estratégia.
Mandaram colocar na prisão
Aqueles que os pobres acudiam,
Pois sentiram-se ameaçados,
Esses tais privilegiados,
Pelo bem que eles faziam.
Porém veio um anjo do céu
E abriu as portas da cadeia,
Soltando os prisioneiros,
Conduzindo-os ligeiro
Para longe da aldeia.
Ordenou o mensageiro
Que não deixassem de pregar
A Palavra que gera a vida,
Pois essa era a vontade querida
Do criador da terra e do mar.
Os apóstolos obedeceram
E no templo já estavam de manhã,
Ensinando a toda gente
Como se vive decentemente,
Seja hoje ou depois de amanhã.
Reuniram o Grande Conselho
E prenderam outra vez
Aqueles que anunciar insistiam
E na pregação persistiam
Com certeza e sem talvez.
O Sumo Sacerdote os inquiriu:
“Não ordenamos que se calassem,
Por que nos desobedecem,
As nossas ordens esquecem,
Não mandamos que parassem?”
“Proibimos de ensinar nesse nome,
Mas continuam com sua doutrina,
Acaso querem nos fazer culpados
Pelo sangue dele derramado?
Acatem essa nossa sabatina!”
Pedro e os apóstolos
Então assim replicaram:
O que então vale mais,
Agradar a Deus de nossos pais
Ou aos homens nossos iguais?