Deixe-me ficar
João 19, 17-27
Deixe-me ficar
Carregando a minha cruz,
Carreguei também a tua,
Teimas em tê-la contigo,
Esquece que sou teu amigo.
A reconstrói pouco a pouco, pois
Do Caminho te desvias,
É o peso de tuas opções,
Quando desprezas suas orações,
E esqueces minha Palavra
Transformando em tua cruz,
De tristeza e desamor, egoísmo e dor.
Guardas tanto ressentimento,
Que teu corpo é só lamento,
Não sabes que és minha habitação?
Pois, meu sangue lhe deu a salvação!
Te desvias do perdão,
Caminho santo e seguro,
O mal vem na contramão.
Deixas de ter alegria , e tua alma se esvazia,
Mas contigo permaneço,
Nem por um segundo te esqueço.
Despreza-me e o mal
Adentra ao seu coração,
Vejo em teus olhos o desespero,
Quero que segure em minhas mãos.
Se não sentes minha presença,
É porque esquece,
Que tua cruz já carreguei.
Não vez que acertaram?
“Jesus de Nazaré, Reis do judeus”
Sou rei para ti também
E para todos os irmãos teus.
Lava tua alma,
No sangue que de mim verteu.
E terás a vida plena,
Que meu Pai lhe prometeu.
Dividiram minhas vestes,
Feitas com tanto carinho,
Por aquela que é minha mãe,
E nunca me deixou no caminho,
Ficou aos pés da cruz,
Vendo a minha vitória,
Mesmo ainda sem saber,
Que mudaria o rumo da história.
Eis a mãe do salvador,
Vivendo seu pleno amor.
E eis João, irmão amado,
Estão comigo ao pé da cruz,
Com o coração desconsolado,
Mas, depois ele
Saberá descrever o teu Mestre e Senhor
Com alegria e amor,
Que quero ver também em teu coração,
Deixe-me ficar,
Não me negues não.