Ovelhas
Ovelhas
Tu és o meu Pastor
Conheço a Tua voz
O barulho de teus pés
E também o teu suor.
Tuas palavras me orientam
E de voz vem o sustento.
Deste a vida por mim eu sei,
Eu sempre te agradecerei.
Vejo ao longe o mercenário
Ele quer me levar
Me seduz com ouro e prata.
Me incentiva a levantar,
Tem a arte da sedução,
A ele vou me entregar.
Sei que ao ver o lobo foge
Mas o brilho dos metais,
Me seduz ainda mais.
Vou , mas volto, terei paz
Cuidarei de mim, pois
Homem feito já sou,
Saberei o que fazer,
vida nova eu vou ter.
Dispersada a ovelha
Vou buscá-la onde for
Na prisão, no hospital,
Nas ruas e nas ciladas,
por todo canto espalhadas,
pois, serás sempre minha amada
Ouço a tua voz:
da esperança ao desespero,
da alegria à `agonia
do amar ao lamentar,
tanta dor
e não queres ainda voltar?
Ouve novamente a minha voz
Tanto peso sobre ti,
Venha! Troque as sandálias,
Deixe de andar por ai
Tome vestes bem branquinhas,
De perfume a banharás
Serei o teu alimento
Novamente vida terás.
Ouço tua voz, de tão longe,
Minhas forças já se foram, mas
O brilho dos metais
Já não reluzem mais.
Sou tua força, eis minhas mãos,
Ao meu lado caminharás
Vejo o cansaço em tua face
Cicatrizes da solidão
Sempre estive ao seu lado
Estendendo a minha mão
Um abraço e esquecerás
Vem comigo!
E vida verdadeira terás.