Espacial Nave de Escravidão
Castro Alves voou
Como o condor,
E viu o céu e o mar chorando;
A afronta malévola que trazia dor,
Sob a flâmula ensangüentada do Brasil.
E gritou! E gemeu com os escravos que viu.
Mas esse foi detalhe
Que num dos cantos desta terra,
No voo espacial,
Qual nave redonda a navegar,
Pelo espaço sideral
Em meio, do universo,
À escuridão,
Faz sua órbita,
Como nave de escravidão!
Oh! Terra!
Que no teu solo encerra
Quase duzentas bandeiras Das vastas nações!
Tens sido o porão doentio,
De amor vazio,
Onde sempre triunfa a guerra,
De novo e de novo,
Aumentando cada vez mais
O pecado de teu povo.
E, em meio do universo, na escuridão,
Singra com a galáxia
Como nave de escravidão!
Deus do céu - como Castro Alves - cantou:
“Não há um justo, sequer um!”
E decidiu chorar também
E profetizou, pra depois da morte,
Um perfeito renascer!
E concretizou o plano
Enviando seu filho para,
Por cada um de nós,
Morrer!
Navio negreiro,
O teu estaleiro foi o Fiat Lux da criação.
O grande estrondo te fez surgir
E para a luz tens vocação.
Mas o pecado, e sua ilusão,
Usurpou a coroa de cada irmão
E na ponta da galáxia
Singra o espaço
A nave da escravidão
Porém Jesus já veio,
Já ressuscitou.
E em breve voltará
Para assumir o Leme
Do navio planeta.
E dar paz ao coração.
E não navegará mais o pecado,
Mas a nave terra repleta de salvação!