José

Do pai dela recebi sua mão

E dela seu assentimento

Mas além das cortinas do vento

Morava Aquele que me ouvia

E me mandou um Presente

Que eu não sabia ter pedido

Eu amo tanto a mulher e seu filho

Quem sou eu para ninar-Te

E Teu pranto estancar?

Quem sou eu para consolar

A minha Consolação?

Eu amo tanto a mulher e seu filho

Menino estranho

Fazedor de milagres

Quem colocou a Potência sob a minha proteção?

Quem colocou a Vigilância sob minha guarda?

Eu amo tanto a mulher e seu filho

O meu cajado És Tu

Que nasceu Indigente e Soberano

A tua fome silenciosa

A tua dor silenciosa

Me atormentam

Eu amo tanto a mulher e seu filho

Quem és tu Mulher?

Como pode habitar em minha tenda

Sem me fulminar?

Como sorris para mim

Sem me destruir?

Eu amo tanto a mulher e seu filho

O Amor que me consome

É tão grande que minha língua não pode exprimir

Consome sem me destruir

Para urdir e edificar

Tu És a Chama, eu sou a sarça

Eu amo tanto a mulher e seu Filho

Depois que o tempo e o trabalho

Repartiram entre si os despojos do meu corpo

E para Deus devolvi minha alma

Parto de minha choupana

Caminhando com Elias e Enoque

O que fiz para merecer tanto?

Eu amo a mulher e seu Filho!

João Antonio Heinisch
Enviado por João Antonio Heinisch em 18/02/2018
Reeditado em 18/02/2018
Código do texto: T6257571
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