EPIFANIA DA VERDADE

As águas sem vida e paradas no tempo,

As águas sepultadas e sem esperança,

Se transformaram,

Num dia carente de expectativas,

Em delicados lençóis

De águas límpidas e purificadas,

Milagrosamente se converteram

Em belos ribeiros de águas vivas:

Enriquecidas sobremaneira

Por inúmeros seres viventes!

O que mais podemos fazer

Senão contemplarmos

As promessas de um porvir

Cheio de obras de libertação e amor?

O que mais podemos fazer

Senão vivermos de sonhos

Ao ansiarmos por algo renovador

E de perfeita equidade?

Dar abertura para que sejamos

Tomados pelo amor,

O mesmo que um dia

Brotará inesperadamente

Nos solos mais férteis

De nossa pátria eternal,

É deixar nossas almas

Serem fortalecidas pela cura:

Um milagre para todos

Os que confiam serenamente.

Os outeiros mais elevados

Foram aos poucos aplanados;

E as planícies mais planas

Foram erguidas como outeiros...

Os mares mais bravios

Se tornaram serenos,

Deixando o cântico dos pássaros

Entoar seus hinos de paz e triunfo.

Toda a criação a manifesta

Profunda alegria de viver...

Assim é o milagre que surge na criação,

Originando a dinâmica da vida renovada!

O firmamento, desanuviado

E incrivelmente límpido,

Exibe suas lamparinas

Até os confins da terra;

E já não há demarcação

E tampouco qualquer ganância

Para perverter a beleza

Que Deus preparou

Para os homens se alegrarem.

Contemplando a verdade consumada,

Elevo-me em alegria, retidão e humildade;

Contemplando o sussurro dos ventos

Mantenho-me em paz de espírito

Para ouvir com sensibilidade

A voz de Deus apascentando

Todas as dores e angústias

Mais implacáveis do meu ser...

Onde outrora a vida

Não tinha razão para existir,

Passa agora a florescer abundantemente

A raiz do significado da vida.

Onde outrora a vida

Caminhava para a morte,

Passa a dar seus futos

Com a certeza de sua perenidade.

Com toda toda essa manifestação

Edificada com esmero, virtude e graça,

É possível perceber

O que há de mais sublime

Para entusiasmar de alegria e maravilhamento

Todos os que clamam por justiça e verdade;

E sobretudo todos os que exultam

Quando sentem com profunda emoção

A doce emanação de Deus

Também sinalizada pela natureza e seus encantos.

Os céus e toda a natureza

Dão glórias intermináveis ao redentor;

São testemunhas de sua grandeza

E de suas magníficas obras de redenção!

Então um novo céu e uma nova terra

Serão edificadas pelas mãos

Daquele que vive eternamente...

E todas as lágrimas serão enxugadas

Pois não haverá mais tristeza e

E tampouco sofrimento nas almas.

No tempo, há a manifestação

Da presença amorosa do criador;

Mas só nos tornamos sábios

Quando damos atenção

Aos sinais comunicados

Pela força implacável do tempo.

Encontramos sabedoria e discernimento

Especialmente nos momentos

Mais árduos e extenuantes da vida.

Quantos simbolismos

São revelados através de sua criação!

Quantos significados

Estão presentes nos acontecimentos

Mais sublimes da vida,

Mormente para todos os homens

Que guardam nos seus corações

Seus mandamentos, leis e apelos!

A sua soberania está presente em tudo

E através de sua misericórdia

Todas as demais coisas subsistem!

Sua voz se expressa na criação,

Anunciando a eterna alvorada

Para todos os que o ama!

Sendo qualquer entendimento humano

Incapaz de delinear

Os mistérios que pairam

Sobre o universo,

Só temos motivos para agradecer

Quem criou tamanha beleza...

E enfim sonhar

Com o que de mais elevado

Acontecer nesse mundo,

Um universo que se encherá

De paz e de bem-aventurança.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 15/11/2016
Reeditado em 01/06/2019
Código do texto: T5824139
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