Semana Santa
Ouça os filhos de Sião
cantando o velho refrão:
"Bendito o Rei de Israel,
Deus Conosco, Emanuel!"
Hoje é domingo.
O Rei protesta sua glória
com anátemas e chicote.
Eis nosso sumo-sacerdote,
cuja morte é vitória!
Hoje é segunda.
O Rei prenuncia o fim:
"Nada aqui permanecerá
e sobre vocês recairá
o santo sangue carmesim."
Hoje é terça.
Satanás, à traição fatal,
conduz o amigo desgraçado.
"Por que, homem meu igual?
Por que, companheiro amado?"
Hoje é quarta.
Então chega a última noite,
em breve virá o açoite
e o cordeiro será morto,
mas Deus é seu conforto.
Hoje é quinta.
Com um beijo Ele é traído,
com escárnio é açoitado,
com mãos limpas abandonado:
Morre em suplício imerecido.
Hoje é sexta.
Ouça o silêncio do Senhor,
veja o sepulcro do amor.
Onde está nossa esperança?
Onde teremos segurança?
(eis que se cumpre a profecia
no sempre bendito terceiro dia)
Ouça os filhos de Sião
cantando o velho refrão:
"Bendito o Rei de Israel,
Deus Conosco, Emanuel!"
Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele.