Pai

PAI...

Andando pelas ruas vi a pobreza

A imundice nos olhares do abandono.

O desamor retratado em falsas preces

O banal sendo acolhido como chuva permanente

Onde a semente se espalha trazendo o transgressor

Vi o fanático matar em teu nome

Sem piedade, destruindo os sonhos de quem ama.

Vi o facínora circulando no mercado

Com suas mãos cerradas, barganhando liberdade.

O mero nas calçadas, doendo a sua alma

A leviandade tórrida

O choro, o clamor, a lamúria e a penúria.

Andando nas ruas vi a pobreza

Brotando ligeira nos corações duros.

Vi o cético acreditar no falsário

A dor embalsamada do homem zaino

Os corpos apodrecidos, não menos que a cerne, possuído.

Vi o homem destroçado pela má Fé.

Vi o desigual ser acordado no açoite do poder

Aquelas ruas com estradas largas que arruínam

Dilaceram, estragam, corrompem, matam.

São luzes vermelhas de chama que os possuem

São labirintos aquelas ruas.

Mas olhei para o alto e vi a Esperança

Que desceu do céu, e trouxe o Amor que emana

Que salva o perdido, e transforma o cético

Que enxuga as lágrimas da indiferença.

A pobreza não existe em seu reino

Pois Ele é as primícias de quem dorme

Ressurreto, quebrou os grilhões da MORTE.

E dará salvação a quem Ele escolher.

Cristo, o único, o Justo, o Verdadeiro.

ELMA SALES MORAIS

Livro: Gotas de Orvalho

Elma Sales
Enviado por Elma Sales em 06/04/2016
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