Pai
PAI...
Andando pelas ruas vi a pobreza
A imundice nos olhares do abandono.
O desamor retratado em falsas preces
O banal sendo acolhido como chuva permanente
Onde a semente se espalha trazendo o transgressor
Vi o fanático matar em teu nome
Sem piedade, destruindo os sonhos de quem ama.
Vi o facínora circulando no mercado
Com suas mãos cerradas, barganhando liberdade.
O mero nas calçadas, doendo a sua alma
A leviandade tórrida
O choro, o clamor, a lamúria e a penúria.
Andando nas ruas vi a pobreza
Brotando ligeira nos corações duros.
Vi o cético acreditar no falsário
A dor embalsamada do homem zaino
Os corpos apodrecidos, não menos que a cerne, possuído.
Vi o homem destroçado pela má Fé.
Vi o desigual ser acordado no açoite do poder
Aquelas ruas com estradas largas que arruínam
Dilaceram, estragam, corrompem, matam.
São luzes vermelhas de chama que os possuem
São labirintos aquelas ruas.
Mas olhei para o alto e vi a Esperança
Que desceu do céu, e trouxe o Amor que emana
Que salva o perdido, e transforma o cético
Que enxuga as lágrimas da indiferença.
A pobreza não existe em seu reino
Pois Ele é as primícias de quem dorme
Ressurreto, quebrou os grilhões da MORTE.
E dará salvação a quem Ele escolher.
Cristo, o único, o Justo, o Verdadeiro.
ELMA SALES MORAIS
Livro: Gotas de Orvalho