A MORTE DA MORTE

Tens uma fome incontrolável

Contra ti não há que tenha sorte

De tua foice ninguém jamais escapa

Oh, intolerante e maléfica morte

Desde que o mundo é mundo

Sempre cumpres tua triste missão

Semeias a dor, a saudade e a tristeza

Mergulhas no mar da angustia todo pobre coração

Não há um só ser humano

Que fique sem te conhecer

Não adianta tentar te evitar

Pois um dia tu vais aparecer

Bons amigos tu separas

Toda família tu já desfalcou

Destróis os planos dos viventes

Um ente querido de todos tu já levou

Quantos filhos desolados

Sepultam seus amados pais

Pais totalmente destruídos

Pelos filhos que não verão jamais

Por tua causa são produzidas

Tristezas constantemente

Oceanos de dolorosas lágrimas

São preenchidos, por tua culpa, diariamente

Teu agir é tão brutal

Tua foice tão afiada

Implacável tu sempre fostes

Será que não podes ser vencida por nada?

Teu reinado deletério

Eternamente fazendo o mal

Entras na história da vida alheia

E com tua caneta colocas um eterno ponto final

E por certo tu pensavas:

Incontrolável é o meu querer

Não há quem possa me impedir

Quem é que pode me deter?

Mas teve um dia na história

Que nasceu um certo alguém

Há uns dois mil anos passados

Em uma cidade chamada Belém

Era um simples carpinteiro

Sem linhagem nem nobreza

Filho de pessoas humildes

Sem influência nem riqueza

Quem o olhava não sabia

Que Ele do mundo era a sorte

Aquele simples galileu, imagine

Nasceu para aniquilar a morte

Seu nascimento foi sem glamour

Sua maternidade uma estribaria

Para fazer seu parto, só José

E animais por companhia

Foi crescendo o rebento

Como qualquer criança normal

Mas já aos 12 anos

Via-se nele algo sobrenatural

Sua figura era comum

Nada digno de anotação

Mas suas divinas palavras

Faziam arder o coração

Talvez quando nasceu

A morte até mesmo pensou:

Esse é apenas mais um

Como qualquer outro, do seu destino dona sou

Tal pensamento da morte

Foi o mais errado existente

É que aquele humilde carpinteiro

É o Salvador de toda gente

Já durante sua jornada

Ele deixou a morte irritada

Pois trazia para vida

Aqueles que ela já tinha aplicado sua foiçada

A morte matava um

Ele tornava a trazer

A morte levava outros

Ele os tornava a viver

Então a morte pensou:

Que absurdo sem par

Como pode eu matar uma pessoa

E esse Jesus fazê-la ressuscitar!

Desta forma, disse a morte

Depois desse Jesus para mim ficou tudo complicado

Se eu não acabar logo com Ele

Terei meu trabalho todo dobrado

Nunca houve neste mundo

Algo como esse Cristo fez

Imagine que absurdo

Eu ter que matar uma pessoa mais de uma vez

Para resolver seu dilema

A morte botou seu melhor terno

E marcou uma reunião com toda a capetada

Lá no quinto dos infernos

Os capetas reunidos

Cada um querendo dizer que era o mais forte

Até que alguém falou mais alto e disse:

Com a palavra a sra morte

Quero perante vocês

Neste ambiente infernal

Vir relatar meu sofrido dilema

E fazer uma reclamação formal

Estou passando por problemas

Que ninguém pode imaginar

É que encontrei alguém mais forte que eu

E eu não posso lhe derrotar

Essa pessoa se chama Jesus

Homem como nunca eu vi

Integro, reto e sem pecado

Ainda por cima é da linhagem de Davi

Pois é este o indivíduo

Que ressuscita quem já morreu

Quero que vocês façam algo

Com este citado galileu

O inferno ficou em silêncio

Nem uma palavra sequer

O diabo pediu a palavra

E foi ficando de pé

Dona morte fique sabendo

Que a verdade vou lhe dizer

Contra esse Jesus chamado o Cristo

Não se tem o que fazer

Imagine que eu já lutei

Desde que Ele nasceu

Tentei matá-lo ainda criança

Mas nada aconteceu

Desde que Jesus existe

Ele faz acontecer

Até mesmo eu e meus capetas

Ele bota para correr

Se lembra do gadareno,

O melhor capeta que já nasceu

Jesus botou-lhe para correr

E até hoje gadareno não apareceu

Dona morte se aquiete

Para nós já ta tudo perdido

É que esse Jesus que tu falas

É o Messias prometido

Ao ouvir essas palavras

Sem conseguir acreditar

A morte foi para um canto de parede

E começou a chorar

Mas após o seu soluço

Não seu deu por vencida

Arquitetou então um plano

Para vencer o Autor da vida

E pôs seu plano em prática

Agindo com muita atenção

Findando lá no Gólgota

Com a crucificação

Ao ver Jesus sem vida

Pregado naquele madeiro

Pensou a pobre morte

Que tinha matado o Cordeiro

Mas o Cordeiro não foi morto

Ele foi quem se entregou

A morte estava enganada

Mais uma vez amargamente ela chorou

Após o terceiro dia

Que Jesus se entregou

Ele por si próprio tornou a vida

E da morte ressuscitou

Desta forma Jesus Cristo

A vida eterna nos deu

Humilhando toda sorte de demônio

E a morte por fim Ele venceu

A morte ainda leva o homem

E vidas continua a ceifar

Mas agora ela só age

Se Jesus autorizar

Jesus ainda nos promete

Quando a igreja vier buscar

Que durante seu retorno

A todos vai ressuscitar

A morte sabe muito bem

Assim como eu e você

Que os que hoje ela mata

Um dia tornarão a viver

E assim se deu o fato

Ocorrido lá na cruz

Sendo agora a pobre morte

Simples serva de Jesus

Não se admire se um dia

Quando por uma clínica você passar

E lá na sala de espera do psicólogo

A morte estiver para se tratar

Para ti oh morte

Não existe qualquer glória

Eu pergunto como Paulo:

Morte, onde está tua vitória?

É a Bíblia quem nos diz

Como tudo aconteceu

O dia que Jesus ressuscitou

Foi o dia que morte morreu