Na contra-mão do mundo
I
O mundo do qual me espanto,
É o mesmo que em pranto,
Chora as dores do parto.
As dores do mesmo prato,
Que muitos comeram sem se atentar.
Que muitos comeram por se tentar,
E que pecaram para se desviar.
Que pegaram e não querem largar,
O mal que a si mesmo fazem.
O mal onde a si mesmo jazem,
Perdidos por se acharem encontrados.
Longe do caminho por Cristo pregado,
Trôpegos em veredas de morte.
Clamando em vão por um dia de sorte.
II
Esse mundo onde estou, mas não sou,
Diz a todo instante sobre loucas verdades,
Figurando a loucura em sanidade,
Para ganhar o que se perdeu e se moldou.
Esse mundo de discórdia e desamor,
É engano para todo aquele que o busca.
Contrário a serôdia do amor,
E prematuro em morte para quem se ofusca.
Seguiremos em sua contra-mão,
De braços dados, cansados ou não.
Sigamos para o amor de redenção,
Para uma herança incorruptível,
Para a verdade de fruto tangível,
Para o amor de um Deus inesquecível.