SOPRO DE ALENTO
SOPRO DE ALENTO
Deus está no meu silencio...
No espetáculo flóreo das horas,
No pulsar do meu sentimento.
Na ronda que me faz a aura,
No pouso certo da espera,
Na lágrima que cintila a aurora,
No céu que ainda não conheço...
No infinito largo do tudo,
Que ainda não entendo...
Na flecha lançada,
Na utopia gerada,
Pela minha sangria...
Na pele da grafia,
Que digito no meu verso,
Na caligrafia da entrega,
Do meu pensamento...
Deus está em mim,
E ainda sim,
Permaneço,
No ínterim de um recomeço,
Todas as vezes que oro,
E peço...
Que me conforte,
No laço de um dialeto...
E na sombra do que ainda não mereço,
Ainda que eu emudeça,
No limiar da vida,
Propagarei teu sopro,
Serás... Meu alento.
Marisa Zenatte
*Direitos Reservados