Nietzsche está morto
Deus está morto, disse Nietzsche.
Deus está morto, e eu o matei, disse ele.
E pereceu, e não é mais visto,
ou ouvido, ou apalpado.
Louco! Insano!
Suas memórias de nada valem,
pois suas palavras
nada foram além de estupidez:
seus seguidores possuem somente
garranchos esquizofrênicos
sobre um maldito que não se via como maldito,
de um estúpido que pensava não ser estúpido,
de um blasfemo que pereceu
e para sempre perecerá.
Escrevia letras ridículas,
pensava ser deus de barriga,
era um insano arrogante.
Escritos mortos em insana loucura.
Nietzsche foi seu próprio deus
e, ironicamente, lendo suas insaniades,
cometeu suicídio.
Antes gabava-se em loucura,
mas agora, conscientemente,
sofre em eterna Ira,
em justa tortura.
Onde está seu deus, Nietzsche?
Pensou tê-lo matado,
e pereceu contra Ele, e foi condenado por Ele.
Deus está morto, dizia.
Não, Nietzsche, seu deus, você mesmo,
é que sempre esteve morto -- nós dizemos.
Deus está morto, dizia Nietzsche.
Nietzsche está e sempre esteve morto,
e fui Eu quem o criei para a morte eterna,
diz Deus, o Criador e Senhor de toda vida e morte.