NUM SÁBADO
Hoje o dia não nasceu, a escuridão ainda é maior que ontem, a Luz sob pedras aprisionada, por medo e desânimo, incrédulas as ovelhas seguem escondidas, "nosso Pastor se foi".
A Luz que esmaeceu, voltará a brilhar?
Aquelas mãos que curaram voltarão a se levantar?
As turbas voltaram para o seu cotidiano, os ramos estendidos havia dias já se secaram, assim como o sangue que escorreu pela via.
Os amigos choravam sua partida
O governador seguia lavando as mãos
O sinédrio reunido em seu dia sagrado celebrava a vingança
O sol nasceu como antes
Seu sagrado corpo no sepulcro jazia
Seu coração seguia amando
Seu Pai esperava
O chão inerte
O túmulo fechado
O véu rasgado
A Luz escondida
O dia de celebração veio a tornar-se o dia de dor
Virá novo dia?
...
...
E o silêncio reinava...
...
...
EJF ÁZARA