Enfim, paz

A retórica vai perder sentido

Quando verdade disser tudo,

Eloquência fugirá qual bandido,

Em respeito ao silêncio mudo,

Da mentira já tivermos assaz;

Sei bem, que ao paraíso aludo,

Onde a minha alma terá a paz...

Máscaras serão todas rasgadas,

Lobo será lobo, ovelha, ovelha;

Estarão velhas e enferrujadas,

Todas facas de rasgar orelhas;

De artifícios vários e bla bla blás,

Não haverá nenhuma centelha,

Ali então arderá chama da paz...

Quando o plantio for pretérito,

Estando no presente a colheita;

Se encontrarem honra e mérito,

Bem como prescreve a receita;

Cosmos notar de vez, onde jaz,

Começará viver a geração eleita,

Ditosa junto ao Príncipe da Paz...

Quando uma cena real, enfim,

roubar toda cena da encenação,

onde nunca, nunca mais o sim,

trocará o seu lugar com o não;

convergirão o que se diz e faz,

então ainda vivo o meu coração,

contigo, Pai, descansará em paz...