Pesos

Você não é um peso para mim.

Digo novamente: você não é um peso.

Mas você é pesada,

assim como, para qualquer que seja,

acordar ou um copo d'água

pela manhã também são.

Não é o peso a situação,

mas a fraqueza em questão

- a minha.

Sou fraco e meus braços, trêmulos.

Aos meus ombros vão duas gramas,

e minha incapacidade já se mostra forte.

Minha fraqueza é forte

e minha força, inexistente.

- Quando sou fraco é que sou forte! -

Em meus ombros há uma flor,

e mesmo assim caio como palha à tempestade.

Em meus braços há uma amora

e em minhas mãos, uma pétala:

não aguento segurá-las,

não consigo sustentá-las

e não sei amá-las.

São pesadas de mais para mim,

inútil do jeito que sou.

Abre-se a boca em meu vaso (o que sou),

e é imputado o transbordar desse conhecimento,

e a capacitação do segurar,

com as mãos cortadas,

a rosa, o espinho, o adubo, a água e a pá.

Aos ombros do Filho

foi colocado o mundo:

Ele não se moveu.

Às suas mãos, a existência:

Ele não se comoveu.

Ao seu corpo, nossa fraqueza:

Ele continuou forte e imponente.

Mediante o ódio, foi gracioso.

Mediante a dor, curou.

Mediante a fraqueza, foi misericordioso.

Mediante a condenação, sarou - sara-me, oh Filho!

Criou o Corpo, em seu próprio,

o qual cada um, como eu e você,

é um membro dele.

Eu em você, você em mim.

Dois acéns me são de mais.

Uma medida de grama é pesada.

Eu não consigo respirar à parte!

Sou mais fraco que o servo do servo!

Me foi dada uma amora sarada:

eu não consigo sará-la,

nem sustentá-la em meus braços

à parte da capacitação.

Eu preciso... sim, eu preciso!

Eu preciso disto:

eu preciso que meus braços sejam sustentados,

meus ombros cingidos

e minhas mãos adestradas

à misericórdia e à graça.

Não, você não é um peso.

Venha, sim, venha aos meus braços.

Pois o Criador e Senhor de todos os braços,

o qual possui braços poderosos e mãos fortes,

Aquele que É o cabeça de todo Corpo,

sustenta os Seus membros,

mesmo que eles, assim como eu,

sejam fracos - nEle, fortes na fraqueza.

Não, você não é um peso.

Você, para o Intelecto de todo o Corpo,

é leve como uma rosa, e sarada como uma bendita.

E para mim, sim, você é

doce e amorosa como uma amora.

Cesare Turazzi, em tudo capacitado pelo Altíssimo.

[29/06/14]

Cesare Turazzi
Enviado por Cesare Turazzi em 29/06/2014
Reeditado em 29/06/2014
Código do texto: T4863075
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