POR DIAS SEM FIM
Acolhe-me como um pássaro.
Que já tão exausto do seu voo.
Não consegue achar seu pouso.
Eu desejo muito a sua sombra.
Sentir-me segura em seu ninho.
Receber seu cuidado e carinho.
Acolhe-me como a uma ovelha.
Procura-me quando tão perdida.
Depois cuide das minhas feridas.
Seus pastos... São tão verdes.
Quero muito entrar como estou.
O cajado indica: És meu Pastor!
Acolhe-me como o caído.
Chagado e achado sem valor.
Pegue-me no seu colo de amor.
E em uma casa de repouso,
diga para que cuidem de mim.
E por favor, depois volte sim.
Ama-me como a mulher julgada.
Prestes a perder a própria vida.
Não me deixe indefesa, sozinha.
Como os homens são tão cruéis!
Muitos julgam sem ter piedade.
Quero teu juízo que é a Verdade.
Acolhe-me como a um leproso.
Há quem seja preconceituoso.
E que só viram dele, o rosto.
Cura-me como tal, ó Senhor!
Na carne, na mente, na alma...
Só assim obterei paz e calma.
Beija-me como o filho que voltou.
Foi impulsivo e ficou sem nada.
Festejemos, pois voltei para casa.
Quanto a mim, quero tua morada.
Amar o próximo como amas a mim.
Habitarmos juntos, por dias sem fim.