CERTO DIA: a história de um cão e um menino na chuva... J B Pereria

Era tarde, quase anoitecia,

Pingava forte na rua,

As poças se avolumavam ao meu redor...

Havia galochas e capas de chuva coloridas nas mochilas.

Brincavam crianças nas poças de chuva.

E os vidros dos carros se fechavam e, dentro, nada se via,

Porque os vidros se embaciavam.

A cena de fora se tornou impressionista

Como nas pinturas de Monet.

Rápida caia a chuva agora.

E os coqueiros à frente

Se dobravam à força do vento

E meu coração queria chegar a casa.

E, no cruzamento, por fim,

Vimos um menino e seu cão todo molhado...

Parceiros das ruas

Nos movimentos de gentes,

Eles pareciam invisíveis –

Só do carro eu sentia e via tudo...

Eles estavam abandonados e eu, não.

O sinal abriu e fui!

Meu coração ficou lá trás.

Dias depois, a Igreja os recebeu como filhos.

Não despreze o seu cão e seu filho...

J B Pereira
Enviado por J B Pereira em 20/10/2013
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