CERTO DIA: a história de um cão e um menino na chuva... J B Pereria
Era tarde, quase anoitecia,
Pingava forte na rua,
As poças se avolumavam ao meu redor...
Havia galochas e capas de chuva coloridas nas mochilas.
Brincavam crianças nas poças de chuva.
E os vidros dos carros se fechavam e, dentro, nada se via,
Porque os vidros se embaciavam.
A cena de fora se tornou impressionista
Como nas pinturas de Monet.
Rápida caia a chuva agora.
E os coqueiros à frente
Se dobravam à força do vento
E meu coração queria chegar a casa.
E, no cruzamento, por fim,
Vimos um menino e seu cão todo molhado...
Parceiros das ruas
Nos movimentos de gentes,
Eles pareciam invisíveis –
Só do carro eu sentia e via tudo...
Eles estavam abandonados e eu, não.
O sinal abriu e fui!
Meu coração ficou lá trás.
Dias depois, a Igreja os recebeu como filhos.
Não despreze o seu cão e seu filho...