O plantador
O sujeito, dos detalhes vermelhos,
teve suas mãos lisas aos calos
em pleno calor de plantio.
O discreto, da semente
com intuito de amadurecer, e não murchar,
via o sol girar, dia a dia.
O simples, da enxada ensaguentada,
capinava uma rocha,
a fim de extrair mais preciosidades.
O jardineiro, dos sóis girados,
gira o sol por sua rosa.
Este, cultiva uma rosa com empenho e esmero.
Esta, rosa que sara,
está plantada em pleno sol que gira,
e é regada por água escrita.
Ele, homem dialético,
deseja florescer tal rosa
para lhe dar um presente;
para ser sarado e lhe sarar.
Este inútil, de joelhos trôpegos,
fracos e dependentes,
inclina-se à rosa sob o sol que gira.
Este servo, escravo dos campos,
cultiva uma rosa e vários girassóis.
A rosa, bela e valiosa,
floresce cada dia mais
na terra escrita.
A rosa é para ele;
os girassóis, para ela:
lha deu, então, girassóis colhidos amorosamente.
A rosa está ao lado
dos girassóis que fazem o sol girar.
Gira o sol, passam os dias,
mas a terra fértil
jamais deixa de dar frutos.
Qual o maior pedido deste jardineiro?
Que esta rosa conheça Seu Criador,
pois o jardineiro é apenas cultivador.
Ele rega, mas é o Criador
quem dá o fruto e o crescimento.
Qual é o pedido solene deste plantador?
Que, assim como seus girassóis floresceram,
sua rosa que sara floresça no fértil jardim
do Criador de todas as rosas e girassóis.
Cesare Turazzi, em tudo capacitado pelo Senhor.
[12/10/13]