Ensina- me, Pai!
Ensina-me, ó Pai,
A ter paciência
E a tua presença
Poder alcançar
Ensina-me, ó Pai,
A ter consciência,
E a Inteligência,
Enfim alcançar
Tomai-me nas mãos,
Teu vaso escolhido
Nas dores ungido
Diante do altar
Tomai-me nas mãos
Pois ando esquecido
Cansado e ferido
Sem forças pr’andar
Atende mia voz
Já fraca e hesitante
Levai-me adiante
Fazei-me enxergar
Desata os nós
Ó luz radiante
Que hoje distante
Não sei alcançar
Diante de Ti
Derramo minh’alma,
sem paz e sem calma
Buscando Tua mão
Diante de Ti
Minha dor se espalma
Mas logo s’acalma
Em doce oração
E inda qu’eu ande
No vale da morte
Isento da sorte
Da tua presença
Eu não temerei
Pois és o meu norte
Meu castelo forte
Minha renascença
Porém se não podes
De mim afastar
O fel do lagar
Das dores pisadas
Ouvi minhas odes
Do peito a brotar
Buscando alcançar
A tua morada
Ó, meu pai, valei-me!
Mostrai-me o caminho
Pois eis que sozinho
Só ando perdido
Ó, meu Pai, valei-me!
Pisando em espinhos
Já tingi meus linhos
No sangue vertido
O branco d’outrora
Em rubi tornou-se
E a paz transformou-se
Nas dores de agora.
Arandu, 14/07/2013.