Despedida e Distância

Então, achega-se o dia: distância.

Pois, achegou-se aquela hora: despedida.

Ela está lá

e ele, acá.

Ela norte, ele sul.

Como de leste a oeste,

eles estão distantes - foram distanciados.

Os céus anunciaram a primeira,

o barulho das turbinas, a segunda.

Muitos dedos seriam trocados

pela proximidade;

muitas jóias seriam dadas

pelo bom dia próximo diário.

A distância dói como tendinite,

e a despedida arde como limão aos olhos.

Ambas não são momentâneas,

não são dores do momento.

São como esforço repetitivo,

lembrança contínua.

São ondas que despedaçam o barco,

chamas que queimam o arco.

A dor da distância é grande;

a despedida é dolorosa.

Distância: via dolorosa.

Despedida: dor do abanar.

Pois, o que diríamos então?

Somos fracos igual palha,

frágeis como vidro ao vento.

Uma cócega dói, e um espirro já desconcerta.

O que podemos dizer, então,

nesta fraqueza tão constante?

A despedida é boa,

sinal de que um dia novamente se verão.

A distância é doce,

ajuda-nos contra a tentação.

O choro e a dor

destas coisas são passageiros,

se assim o Criador de ambas assim quiser.

Sejam moldados como de longe,

transformados para perto.

Não se fatiguem na espera,

pois, se o Criador da distância,

o Senhor da despedida assim permitir,

um dia vocês poderão clamar:

a distância, a despedida,

estas dolorosas, chorosas,

foram mortas por espada amorosa,

despedaçadas por mão Soberana.

Que a distância aproxime-os do Criador,

e que a despedida leve-os ao

comprimento incessante ao Senhor.

Que a dor se torne vida,

e o choro em conhecimento do alto.

Que um aproxime o outro

ao Altíssimo, e não distancie.

Homem, leve-a para cada vez mais perto!

Mulher, seja levada, dê-se a levar!

Aproximem-se nEle;

ambos estão distantes, mas não sozinhos.

Despedem-se, mas novamente se verão.

Sejam, pois, para sempre

distanciados e despedidos um do outro,

mas jamais do Senhor de toda existência.

Em todo e qualquer porvir,

glorifiquem ao Doador da dor,

exaltem ao Feitor do choro,

pois ele doa dor a quem quer,

e faz o choro para quem quiser.

Em tudo que está por vir,

agradeçam ao Criador da distância,

louvem ao Senhor da despedida,

pois Ele distancia a quem quer,

e despede a quem quiser.

Cesare Turazzi, em tudo capacitado pelo Altíssimo.

[14/07/13]