Retrô
O que vai nascer já veio
e nunca experimentará a morte.
Numa sociedade perdida no tempo
o novinho era um velho
habitante até eras livres.
Coroas e criançolas frequentam
baladas por badalada
nas fumaças de um crepúsculo seguro
deleite abrasador e regenerador
instantes de entorpecimento libertário
mandala de cinzas curadas
a rocha da seiva melada
evoluída em espécies milenares
despetala as unhas escuras
submundo beco e favela.
É capaz que retorne
no centro da cidade
aquela velha biqueira
por muitos lembrada
com saudosismo e comoção.
Parece que construíram um
baseado gigante (daquelas linhagens!)
em memória das especiarias
e a água cristal dos viajantes.
Nos arranha-céus vegetais
um cipó leva debaixo acima
balangadas dentre folhas
e flores psicotrópicas de travesseiro.
Travessura? Vício? Insanidade?
Nãããoo... Negar é instintivo
e o que tenho aqui me foi plantado.
Todas as glórias à Deus
e o homem que é do homem!
Ah mulher à mulher
e o que desde o útero
a vir foi Sua Benevolência...
"20 paus para ir e vir
virou morte e traição":
'de graça vira renda
para jovens calçolas
e saias agora pra macho'
virará febre nas eleições...
Preservar e legalizar
terão sempre a palavra
daquela terra evoluída
onde todos sonham ir.
Quem já foi creu
em morrer como travesti
de um lugar melhor,
onde a lei da vida vingaria
e a tal morte não existisse,
para um olhar de agora
numa piteira exclusiva
na pedra de esquina do Reino.
Se a Deusa permite
melhor viver Sua Presença
pulsante como Natureza,
graças ao fervor da humanidade.
Downtown 13