A SANTA SÉ
Tiveste uma existência de crimes e devassidão.
Desde cedo tomaste gosto pelo pálio.
Converteste a luz em trevas, acendendo as
ignóbeis fogueiras da ignorância e do fanatismo.
Vendeste indulgências pela posse do ouro e
transformaste seus mártires em objetos de comércio.
Foste tenaz corruptora da fé sincera.
A mesma promiscuidade sexual que tanto condenas,
ainda é para ti causa de tropeços morais.
Tua vontade já fora outrora lei soberana.
E fora da tua lei tudo era só pecado.
Tua lei era imposta pelas ameaças.
Pobres almas!
Tão atormentadas por tuas criações infernais.
É verdade que homens de bem tentaram colocar-te
com segurança no bom caminho.
Mas, em teu orgulho feroz, não cogitaste da lição.
Por tudo isto, ó Santa de Roma, digo-te:
_ Teu reino é deste mundo e com ele serás sepultada
junto aos homens hipócritas, ambiciosos e envelhecidos,
cheios de arrogância, podridão e vícios.
NOTA: O presente poema é inspirado na crise atual pela qual passa a Cúria Romana. De forma alguma os versos prestam-se à crítica da legítima fé cristã. Todavia, é certo que há críticas pertinentes em relação à Igreja como instituição, motivo pelo qual achei por bem publicar essa nota de esclarecimento.