Por Que, Mamãe?
Jorge Linhaça
 
Por que geraste a mim em teu ventre
se tua alma a mim não queria
Por que deixaste plantar a semente
Se tu das flores tinhas alergia?
 
Sempre tiveste medo dos espinhos
então puseste a culpa na rosa
Se me geraste em torpes caminhos
tenho eu culpa de seres gulosa?
 
Por que, minha mãe, tu te entregaste
aos teus prazeres sem nada pensar?
E ao saber-me já me condenaste
 
Deste-me a vida e a foste tirar
Como s'eu fosse, pra ti, um desastre
E teus pecados fui eu a pagar.
 
Salvador, 12 de fevereiro de 2012