A TEMPESTADE
Hoje de novo parei na frente do precipicio
e contemplei o verde abismo:
plantas balançam com o vento,
a chuva cai e a escuridão só é vencida pelos relâmpagos da tempestade.
Estou inteiramente só, contemplando a grandiosidade desse instante
O vento sopra em meu corpo
mas a chuva não me molha
(Não sei em que casa estou)
- Esta é a visão do meu alívio
A personificação da minha fuga
A certeza de me perder no meio do imenso
e esquecer dos meus pecados
Naquele momento ele estava morrendo
esvaía-se uma vida que a todos enchera de força,
e morria
concretamente,
inteiramente derramava-se sua vida...
Mas ele que um dia acalmou a tempestade
e que um dia, muito antes, transformara a água em vinho,
naquele momento transformava em paz a tempestade do mundo
É muito maior do que eu
e eu nem compreendo essa grandeza
apenas contemplo o precipício
e o espetáculo de ser salvo da queda...