NA CAPELA

Entrei sem falar com ninguém. Sorria, às vezes, mais para ser cordial ou tentar revelar algo... do que por contentamento. Meu universo estava repleto de emoções e de sonhos. Não havia lugar para a decepção. Pelo menos não naquele momento em que, ou eu fugia ou me demorava em lugar seguro, do qual sabia que sairia, mas, no momento e mais ou menos, simulava eternidade. O que é eterno? Perguntei. O que dura para sempre? Meu coração dizia: Este sentimento de estar preenchido completamente, ele é eterno. Lembrei da UEL, de como era seguro entrar quando a segurança me acompanhava, lembrei também do medo que sobrevinha após e me perguntei de onde ele vinha... Afastei da mente esse pensamento. Não precisava pensar agora e minha segurança parecia ser concreta mesmo sem o pensamento. Poucas pessoas na capela: ainda três. Eu, com o joelho direito no chão, contemplava o sacrário, tão santo e à meia luz: Meu amor, disse, meu amor está aqui.