Poeira mineral
Drummond disse que fazer poesia é comer concreto
Alguém disse que cerveja tem gosto de cimento
Do outro lado de Greenwich pingam gotas de chumbo incandescente enquanto aqui a terra vermelha continua encharcada de sangue seco
Outro diz que conversa com as paredes; o preocupante é quando elas respondem. Faz sentido como mercúrio na água de beber
São quase doze e o sol não espera a chegar a pino enquanto memórias atravessadas, apressadas, ansiosas e entrecortadas movem-se em meio a angústias e antecipações trágicas
Cores pastéis, falsos fiéis, céticos medrosos, roupas de Lycra ( É pra malhar e postar 'ta pago' na selfie em frente à parede espelhada) frutas embaladas em plástico, fofocas e cizânia, cachorros sarnentos e publicidade numa tela LED.
Melhor o amargor da certeza breve.