NO SUBSOLO
No subsolo
Protocolo
Moeda rara
Para comprar pão.
Valor nenhum
Fogo de palha
Ou algo assim
Pra ti pra mim.
Prende a respiração
Prende atenção
Pára e repensa
É só conspiração.
Fio da meada
Flor desamparada
Jardim em meio
À contra mão.
Rolo de papel picado
Papel de pão
Beijo roubado
Subjugada ação.
A cidade está aflita
Luzes feitas à mão
Água na bica
Roupa de bujão
Vida padrão
Lagrimas todo dia
Sonho, oração
Reza vazia.
Vida sem tiro
Não é padrão
Invadiram a praia
Sem permissão
Carro sem combustível
Não combina
Minha boca sem a sua
Não combina.
Na noite à fora
Alguém chora
Sem testemunha
Sofreu mas não morreu.
Bebi a noite toda
Não fui pra casa
Dormi no sofá
Estou fora de forma.
Apascentar ovelhas
Perdidas e velhas
Ovelhas
Velhas.
Vida encrava
Escravidão
Migalhas
De sexta à sexta.
A cereja está embaixo
Do bolo
O esboço
De um consolo.
A lua ilumina a pista
A lágrima embassando
A vista
Tudo normal.
Nessa Reza
Não tem nome do pai
Sem linhas
Nem ramais, vamos sem rima.
No meu sangue
Não tem DNA
Meu sangue tipo A
Se originou de ausências.
Naturalmente
Sem fronteira alguma
Da minha terra
Só tenho minerais.
Do meu sonho
Só o acordar
Acordo feito
Perfeição, respeito.
guedesharasmar@gmail.com