O atentado ao ócio criativo
Passamos por um mundo parnasiano, anos de rosas cravejadas de ouro e romance.
Num lance de olhar, tudo perde o seu lugar no apitar das fábricas, como num passe de mágica, o ócio foi chamado de inútil.
Dentro do útil, viemos tropeçar em duas grandes guerras, da modernidade fez delinear.
No meio do mar de cidades, a identidade conta as emoções que se expressão somente em cores, perdendo todo o seu detalhe do traço, já no laço da fotografia, que se via em tudo pronto e acabado.
A vanguarda espia, linhas simples e úteis precipitam a própria Brasília, que nos poupe.
Caem sob terra os detalhes, entalhes, bilhetes, regalos e serpentinas.
Abrindo as cortinas dos espaços, vãos e o descaso da frieza da contida rotina.
Seria um atentado ao ócio criativo?
Acabou acertando em cheio o romance das cores?
Cadê o incentivo dos amores?
Para onde foram todos os sabores?
Engolidos pelos vapores da modernidade. Talvez.