ANARQUISTA? SIM!

Sou um velho,

Nem tão velho,

Homem de meia idade,

Ainda não a tenho por inteiro.

Sou gente desacreditada,

Pelos cantos amotinada,

Levo vida nada regrada,

Vez ou outra tomo uma lapada.

Mas ainda acredito,

Mesmo que desconfiado,

Que o mundo tem jeito,

Acho melhor ele ficar parado.

E para tudo tem uma Lei,

Eu não posso fazer nada,

Se tenho um simples bem,

Tenho que pagar uma bolada.

Vou-me embora dessa tribo,

Que está ultrapassada.

Fundarei um esconderijo,

Onde a vida será bem levada.

Sem leis e sem regras,

Mas com vida orientada,

Quem quiser anda vestido,

Outra turma anda pelada.

E para o bem de todo mundo,

Todo bem será de todos,

Não teremos carnê em casa,

Ninguém vai pagar nada.

E se acaso ficar doente,

Vai direto para o pajé,

Esse cara diferente,

Que cura pela natureza e pela fé.

E se alguém quiser ser um líder,

Que seja, servindo aos outros,

Com tamanha humildade,

Que até pareça um bobo!

Pode chegar quem quiser,

Só esqueça a soberba,

Lá no mundo sem fronteiras,

Tanto faz ser homem ou mulher.

E se chegarem outras tribos,

Elas serão bem-vindas,

Sem nenhuma discriminação,

Nossa gente é sacudida.

O poder é do povo,

E a ele deve ser dado.

Mas nessa terra indecente,

Só o rico é bem tratado.

Sem dinheiro e hierarquia,

No esconderijo tudo será trocado,

Se tu tem uma melancia,

Em troca te dou um melado.

Aqui nessa terra boa,

Pode entrar todo mundo,

Não precisa documento,

Nem passaporte carimbado.

Celso Ciampi
Enviado por Celso Ciampi em 28/01/2025
Código do texto: T8251342
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