Paisagem

Soltou das mãos, perdeu se tanto, o granjeio vil.

Adormeci no dia do sol, perdi o sono no escuro.

A Paisagem é um hoje, somente um esboço.

Ruíram se os projetos do tolo.

Um amanhã de nunca mais é o que só resta.

Os ponteiros não tiveram pena, esmagaram as ilusões minhas.

No peso do caminho, soltei meu dote, vendi minh'alma.

Um arrogante bem cego, sobeja uma alma insensata.

Vejo um túnel logo ali, um adeus de paisagem, do riso do sol, da flor que adornou.

Turvou me as vistas, como membrana e catarata, quem é você?

Dissipou a névoa, o nervo é inválido, onde estou?

E das questões, razões, o ego vazio deste corpo?

Na trilha da dor, caminha inocente o boi bonito.

Vejo um túnel logo ali...

João Francisco da Cruz

06/01/2025