287°
Dizem que homem não chora
Que precisa ser forte e segurar o mundo
Imagina o quanto que persisto
Sempre engolindo o choro
Tenho que ser leão todos os dias
E vou deixando acumular a raiva
O armazenamento daqui a pouco transborda
As paredes são meus sacos de pancada
Os socos calejam meus metacarpos
Sou um cidadão observando o espetáculo
Limpo o palco para os imbecis atuar
Sou um exemplo de subserviência
Relegado ao simples ato do servir
Estragado por envelhecer mais do que deveria
Otreblig Solrac - O poeta burro