Medo de amar

O amor, esse bicho estranho,

Que assombra a noite e o dia,

Traz nos olhos um mistério,

Mistura de dor e alegria.

Há quem corra de seus braços,

Com medo do que virá,

Como se o amor fosse um laço

Que aperta e não soltará.

Mas quem nunca amou se perde

No vazio que a vida tem,

Porque o amor, por mais que fira,

Também cura muito além.

E então o medo persiste,

Faz sombra ao coração,

Mas quem se atreve e insiste

Descobre o mundo na emoção.

Pois amar é salto cego,

De olhos fechados, sem chão,

É querer o mundo inteiro

Dentro da palma da mão.

E, mesmo com medo, eu digo:

Deixe o amor te invadir.

Porque o maior risco da vida

É nunca se permitir.