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PRENÚNCIO

Adair André da Silva

Olhei a terra ressequida

Ar triste, enfumaçado

Fontes secas, esquecidas

Folhas marrons, empoeiradas.

Sol a pique dia todo

Vento quente sopra a brasa

Nas serras ilumina o fogo

Que toda a mata arrasa.

Gritam árvores, desfolhadas

Nas encostas e nos montes

Pedem socorro, atordoadas

Querem água, cadê as fontes?

No céu correm nuvens brancas

Leves, soltas e vazias

Carregam sonhos e lembranças

Das boas chuvas que traziam.

Agosto, vento brando leva semente

Que espera a primavera

Nessa terra tão ardente

Fazer brotar nova era.

Faz brotar justos corações

Bom senso, amor, verdade

Almas dóceis e de razão

Faz brotar a liberdade.

@adairandre _