EU ME ENGANEI
Eu me enganei,
Foram duas vezes,
Segui o caminho errado,
Por duas vezes.
Caminhei não para a frente,
Também não ia para trás,
Caminhei no mesmo lugar,
E não havia chão.
Me segurava na mentiras,
Que se quebravam,
Logo acreditava em outra,
Mas nenhuma me sustentava.
Era eu o mentiroso,
Mas também eram mentiras alheias,
Eu, tolamente, acreditava,
E meus passos, me machucavam.
O chão que ali não tinha,
Fazia pouca falta,
As mentiras, elas me sustentavam,
Uma, depois outra e mais outras tantas.
Nem sei quantas,
Eu era a maior mentira,
Tudo em mim era falso,
Eu era o fim e não o começo.
O buraco embaixo de mim
Só aumentava, era profundo,
De diâmetro muito aberto,
Eu caminhava, sem sair do lugar...
Via gente caindo,
Me pedindo socorro,
Eu esticava a mão,
Mas ela estava fechada.
Um dia, eu caí,
Me segurei numa mentira frágil,
Ela não sustentou meu peso,
Fui ao fundo daquele buraco.
Imediatamente outro tomou meu lugar,
Se agarrava às suas mentiras
E a todas as que lhe contavam,
Tomou para si a empáfia, que eu vivia a carregar.
Então, depois de apanhar,
Pois havia ali muita raiva.
Todo machucado
Me pus a pensar.
Pedi perdão, primeiro a mim,
Depois a todos que ali estavam,
Alguns não me perdoaram,
Outros acreditaram.
E do jeito que ali cheguei,
Resolvi que sairia,
Mas levaria todos comigo,
Um levante eu criei.
E depois de algum tempo,
Já não mais mentindo,
Consegui o meu intento,
Salvei a todos de um frio destino...
E eu... minhas culpas eu paguei.